Fim da criminalidade: ilusão ou possibilidade?

A discussão ao combate da criminalidade e seu fim voltou a ser uma conversa “aos gritos” novamente, em razão de: aumento da criminalidade nas grandes e médias cidades e, o envolvimento do menor ainda maior em crimes hediondos.
Em razão disso, a antiga tese e pedido de lei volta com tudo! Redução da maioridade penal. E assim segue a humanidade.
Mas, vamos lá? Será que realmente se acaba com o crime e os seus delinquentes? Aliás, quem são os delinquentes?  Acima de tudo, precisamos estudar um pouco sobre criminologia para termos uma opinião. Eu, como advogada, tive no primeiro de ano de faculdade Noções de Criminologia, antes de estudar Código Penal.
Acreditar no fim do crime, totalmente pode ser considerado utopia, pois, o ser humano é bom é mau ao mesmo tempo, vai depender muito de dois aspectos: 1. De sua natureza psíquica; 2. Da influência do meio em que vive.
O crime causa muito prejuízo financeiramente; segundo o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, ele tira do PIB brasileiro 10% da arrecadação que, em 1997 já chegava em cem bilhões de reais. Nos Estados Unidos chega a 4% do PIB.
O Brasil já classificado como o terceiro mais violento no mundo, com alta taxa de assassinatos por habitantes. Nos dias atuais, o Oriente Médio tem números altíssimos em razão dos radicais, mas, a situação no Brasil ainda não é positivo.
Em primeiro lugar, antes de classificarmos se fulano ou beltrano, adolescente maior que 16 anos têm capacidade de assumir os seus atos, é preciso entender o que é a mente criminosa, qual a formação do criminoso.  Não é só a pobreza que gera atos criminosos, temos outras características a serem observadas.
A teoria de que a pessoa já nasce com tendência , formação genética ou psíquica para o crime, “a índole”, de certa forma foi aceita por Freud. Segundo o psiquiatra Sigmund Freud, “o comportamento antissocial é decorrência do desequilíbrio entre o ego, superego e o id. Quando o  superego (seleciona o Código Moral) é fraco, não se reprimi o id(instinto e desejos naturais).
Além, de uma pesquisa dos anos 70, a ligação de QI baixo também tem o seu segmento; quanto mais baixo o QI, mais propensa a pessoa está a ser criminosa.
Nesse, ponto, me lembrei de uma conversa com um psiquiatra que iria avaliar um cliente, delinquente e viciado em crack que,  concluiu em seus atendimentos no Forum Criminal da Capital de São Paulo , apenas 17% dos criminosos dependentes químicos apresentam apenas a dependência e pode sair dela; os demais, apresentam problemas psíquicos neurológicos que exigem tratamento permanente.
Logo, tem a sua validade essa teoria.
A teoria de que é o meio em que se vive que influencia a pratica de crimes. Logo, a pobreza é a maior causa do número crescente da criminalidade. Além, da ligação de a  maioria ser negro. Tese essa muito apoiada pelos sociólogos, que conceitua crime como, “a resposta do indivíduo ao meio que vive.” Apesar dos Estados Unidos ser considerado desenvolvido e, ter uma noção de pobreza um pouco diferente do Brasil, por não ter favelas, é o país número um em criminosos encarcerados.
O meio influência, mas é tudo? Não tem noção de índole, problemas psicológicos? E, qual é o papel do Estado no combate à criminalidade? Punir ou reeducar?
Segundo Emile Durkein “ laços  sociais são normas que todos aprendem a respeitar, que mantêm a sociedade unida.” Já,  Cesare  Becaria, no século XVIII, afirmou que “ o que inibe o crime não é o tamanho da pena, mas a certeza da punição.”
Há sim, dois pontos que precisa ser atacado no combate à criminalidade: punição e responsabilidade. A punição se bem aplicada, ela  é ressocializante em muitos tipos de crime com potencialidade baixa, ocupação do tempo do detento, estudo e, a responsabilização é importante para ter a certeza de que será punido.
Após o fim da Ditadura Militar no Brasil, a polícia começou a ser desmoralizada, como se fosse a única culpada pelos tempos de violências na época da Ditadura, e, aqueles que disseram ter sido torturados, começam a não investir mais na segurança e, em Departamentos Policiais.
Para o combate à criminalidade o tríade Polícia, Justiça e Sistema Prisional é de suma importância, sendo que precisam estar bem estruturados para atender a demanda da atividade criminosa, seus agentes e, defender as vítimas da sociedade.
Há uma terceira teoria que soma a mudança da família, com a ida da mulher ao mercado de trabalho e o crescimento do capitalismo, como meios que afastaram o controle do filho e sua educação, além do aumento do desejo de ter dinheiro para ter coisas materiais. Não tem trabalho, rouba-se para comprar.
Em minha opinião a criminalidade pode ser contida mas, nunca terá fim.
Texto de Monica Rizzo Lopes
Fontes:
http://www.doraci.com.br/files/criminologia.pdf. NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA,Professor Cristiano Menezes, Instituto Marconi.


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