ADVOGADOS E OUTROS RÉPTEIS... SERÁ?


Esta que vos escreve, tem como profissão base a advocacia, e, não foi propriamente uma escolha primordial, mas a influência de anos de convivência com um pai formado em Direito e policial aposentado, advogado atualmente, que me deu como segunda opção de profissão, o ramo do Direito. Esclareço para matar a curiosidade de alguns que a primeira opção foi o Ballet Clássico.
De tanto respirar leis e ver Inquéritos Policiais em casa, com a velha história de um leque de escolha na carreira, achei que a segurança financeira estaria garantida, além da aptidão de gostar de ler.
Pura ilusão! Como dizem alguns colegas que prestaram concursos públicos, você tem a “miséria mensal” garantida. Mas, o que mais está me incomodando atualmente, na carreira jurídica, é o seu  caminhar e as estradas que estão se embrenhando.
Bom, estou me referindo ao Brasil, tudo bem? Até gostaria de saber como se desenvolve a Justiça e os seus departamentos em outros países. E, como os advogados são vistos neles. Bem, dizem que nos Estados Unidos somos igualados aos répteis, como um livro famoso que nunca vi.
Em termos de comparação, eu vejo que para a Justiça ser feita, a opinião de um advogado é essencial para a sua realização plena, e, como os antigos escribas que faziam as leis e ao mesmo tempo a interpretavam na vida cotidiana sob consulta do povo, restou ao advogado, interpretar e interceder na aplicação da lei, fazendo a Justiça.
Porém, o Estado deu ao povo um empoderamento jurídico, dispensando a figura do advogado em muitos casos, e, quando “o caldo entorna”, não dá certo o arranjo feito, aí que ele se lembra desse profissional, mesmo assim, se for gratuito melhor.
Até onde a tida “Justiça” desse país quer chegar? Ela quer virar um show de ilusionismo? Porque se o caso com acompanhamento com advogado, muitas partes vencidas burlam a lei e não pagam o que devem, imagine sem a assessoria de nós advogados? Será que o povo tem penar um pouco para valorizar a carreira? Dizem que se aprende na dor e no amor. Acho que o sofrimento é mais procurado.
Agora, para maior celeridade processual, os processos estão sendo digitalizados; todos os atos serão eletrônicos. Em algum país é assim? Mas, no Brasil agora é moda. O advogado está correndo para fazer uma assinatura eletrônica, terá que comprar equipamentos eletrônicos novos, novo curso para aprender a redigir petição, enviar, passar documentos, etc.
Bom para quem? Eu, no exato momento não sei. Uma colega que aguardava a sua assinatura eletrônica me disse que mal ingressa com uma ação trabalhista, já sai uma sentença, sem ter tido uma audiência. Outro colega me relatou que foi despachar um Mandado de Segurança com um juiz e, ao sair com o despacho em mãos, sem ter visto o rosto da Vossa Excelência, soube que o Juiz em questão, já havia ido para a casa há duas horas. Então, que deu o despacho? Seu espectro?
O Brasil quer ter uma Justiça “High Tech” com processualismo ineficiente, feito “ nas cochas”? é... deixe o tempo dizer. Confesso que viveremos a “Barbárie Jurídica”. Enquanto o povo não for significativamente prejudicado, eu busco outros caminhos para viver e trabalhar, porque daqui um tempo eu pedirei Bolsa Família.

Texto de Monica Rizzo Lopes


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