A História econômica na Ditadura Militar Brasileira

Em 30 de março de 1964, o Brasil fecha o Congresso Nacional e os militares tomam o poder do país. Anteontem, exatamente 50 anos após esta data, com grande parte dos perseguidos políticos no poder, o país discute e só comenta o lado negro do período ditatorial. Mas, nada de bom de lição pode se tirar dessa época? Em nenhum aspecto?
Ontem, voltando de viagem, ouvi uma entrevista na rádio sobre o programa econômico desenvolvido nesse período. E, alguns caminhos bem sucedidos o país teve. Caberia aos atuais governantes deixarem o ódio a parte e, analisar que caminhos poder-se-ia retomar para o crescimento econômico.
Óbvio que o movimento internacional é que comanda toda e qualquer tomada de decisão econômica, ainda, a solução imediatista sem planos de ação para a garantia de um bom futuro em médio prazo.
Bom, segundo o historiador e economista narrou, o Brasil focou na autossuficiência industrial, incentivando a produção de tudo que é preciso para vivermos dentro do país. O empresário que prometesse fabricar algo que fosse importado, haveria o decreto de proibição de importação deste produto e, a pessoa ganharia incentivos para fazê-lo.
Como realmente ocorreu! Após alguns anos, o mundo passando por crise de produção, o Brasil tornou-se o mais autossuficiente e prospero economicamente. Todavia, o que tínhamos eram produtos sem muita escolha, com a qualidade que já fora taxada sucateada.
Eu nasci em 1972, ano que já estava em declínio e não em boas condições a economia, mas, ainda peguei os resquícios dessa época, onde se tinha no máximo três marcas de chocolate, duas fábricas de brinquedos (eu ganhava muito a marca Estrela), via poucos modelos de carros, e, até poderia se planejar a comprar um em médio prazo e, ainda seria o top do sucesso.
A Ditadura não traçou um plano social na época para a diminuição da pobreza. A inflação começou a aumentar nos anos 70, mas, cresci ouvindo que a poupança rendia, todos trabalhavam, não faltava trabalho. Não exigia, como hoje, muita graduação e certificados para aprender o ofício, bastava força de vontade e habilidade.
Na parte de infra-estrutura, eles foram visionários, mas, irresponsáveis com dinheiro. Houve um endividamento altíssimo a ser pago ainda hoje, porém, 70% da infra-estrutura, como portos, estradas, hospitais, e, demais construções foram feitas nessa época.
Com a entrada de Fernando Collor de Mello, no mundo estava começando o movimento Globalização, muito mesmo em razão da crise mundial. Foi assinado o Consenso de Washington, e, o conselho foi abertura total de mercado, e, não planeje nada, o mercado trará a solução. Na verdade, nem sempre tem solução....
Ou seja, acaba-se o planejamento de programas e, muito menos de planos governamentais. Para se ter uma idéia, a ordem para os Ministérios era de não planejar nada e ver quais eram as questões urgentes e ir “apagando fogo”.
O Brasil, e, isso é muito bem claro na minha mente, se enche de variedades de produtos de limpeza, chocolates, eletrodomésticos, carros, e tudo que se pode imaginar. A primeira impressão era de que o mundo se abrira para você como uma grande loja de brinquedo para uma criança.
Mas, e agora, não tivemos a continuidade de supressão de infra-estrutura para a necessidade da população, essa, cresceu em torno de 55 milhões de pessoas e, agora, sem capital para resolver os problemas que o “mercado” se omitiu, precisa-se de dinheiro? Dizem os especialistas,que a invasão estrangeira é necessária dessa vez até para nossas estruturas de país.
Por enquanto, veremos no que irá dar.
Eu pessoalmente, não sou a favor de nenhum tipo de ditadura, todavia, as pessoas integrantes de cada Governo precisam realmente estudar, conhecer e analisar o que foi feito no grupo anterior para pesar o que foi bom e o que não funcionou. Eles nunca deveriam se esquecer que o maior beneficiário do poder em mãos tem que ser o bem estar e a boa qualidade de vida do povo. Sem povo, eles não vivem, não se elegem, etc.
Veremos o que se planejam para o meu Brasil baronil.

Texto de Monica Rizzo Lopes


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