ONGS: caminhada, destinos e intenções.
O Terceiro Setor pode ser vislumbrado como um grande guarda-chuva que agasalha vários atores, como Fundação, Associações, Organizações Religiosas, Organizações Não Governamentais e outras titulações, com o intuito de construir através do trabalho o desenvolvimento humano individual e coletivo para uma vida com boa qualidade e sustentável ao longo do tempo.
O crescimento deste movimento setorial ocorreu em meio de um mundo globalizado, altamente tecnológico, falte de preservação adequada do meio ambiente e sua exploração, tendo como grande conseqüência índices altíssimos de pobreza.
Isto se deve a evolução que a sociedade e a democracia desde o século XV, que,em torno de 10 anos últimos, colocou os cidadãos como grandes atores da sociedade e verdadeiro “mártires”, pessoas que enfrentam a realidade cruel com propostas ousadas alternativas, para modificar o que está e plantar nova forma de pensar, focando no trabalho coletivo.
Consequentemente, esta consciência coletiva irá gerar uma sociedade mais humanitária, justa e confiável para gerações futuras, mesmo que em tese, é considerada uma utopia para muitos.
Como não citar Toqueville,em sua obra A Democracia na América que testemunhou a formação de associações entre pessoas, nos Estados Unidos, com o fim de ajudar-se mutuamente pra a resolução de seus problemas, sem esperar intervenção do Estado e deixar a economia caminhar livremente, não concordando com a economia igualitária.
Também Putnam, em sua pesquisa na Itália que constatou duas realidades, o Norte e o Sul italiano, no qual o primeiro demonstrou ser mais unido e sentimentalmente mais solidário entre eles, com o progresso na economia e qualidade de vida, enquanto, no Sul, que foi rico, passa até hoje por dificuldades, por serem clientelistas, acomodados e menos solidários.
Segundo o Relatório Anual do Centro de Justiça Global, em 2003, constatou o triste quadro de pobreza no mundo, no qual demonstra quantas pessoas vivem com menos de US$ 2,00 por dia:
Pais %
Equador - 49,3
Paraguai - 49,3
Venezuela- 47,0
El Salvador- 44,5
Peru- 41,4
México- 37, 7
Colômbia- 36,0
Guatemala- 33,8
Brasil- 26,5
Costa Rica- 26,0
Chile- 8,7
Uruguai- 6,6
Juntar todas as visões e formas de atuações em um só setor pode ser muito positivo e produtivo, pois com propostas apresentadas por cada visão e, experimentadas, pode-se vislumbrar o que dá certo, onde dá certo e em quais condições externas possibilitou o resultado positivo. ( fazer um parâmetro com uma construção).
A integração de atuações será bem-vinda para que as Ongs trabalhem com excelência a sua missão e em consonância com suas diversidades, consigam atingir o desenvolvimento social justo e qualidade de vida a todos, como oportunidade de redução social-financeira-cultural.
A primeira abordagem é a mais predominante na maioria dos países, como também no Brasil, abordagem norte-americana que tem como maior pesquisador e defensor Lester Salamon; ele acredita em associações de pessoas com valores altruístas, sensibilizadas com os necessitados, todavia, prega ter novas formas de associações sem alterar as estruturas tradicionais da vida comunitária. Ou seja, o capitalismo e a organização societária não devem ser alterados; no Brasil, acaba reforçando o Terceiro Setor como assistencialista e clientelista.
Os Estados Unidos não aceita a participação de Ongs no campo político, apenas tolera entidades que expõem em público problemas ignorados que devem ser cuidados, como forma de “manter a democracia viva e brilhante” ( Salamon, Programa Roda Viva); já os países nórdicos, Suécia estão envolvidos com entidades ativas politicamente em movimentos sociais.
Porém, a falta de politização dos movimentos sociais acaba não questionando a política atual e, diminuindo a responsabilidade do Estado com aceitação da “minha culpa” por ser pobre. Mas, esta abordagem tem como característica defensora com inclinações marxistas que sempre apoiaram o papel central do Estado, sem ver que a sociedade tornou-se complexa e de difíceis soluções simplistas. ( Silvio Caccia Bava)
Na sua linha de pensamento, a transformação social só ocorrerá com a politização de movimentos coletivos pressionando o Estado a cumprir o seu papel.E, não há nenhuma outra forma de pressão social ou solução eficaz.
A terceira abordagem é integradora, a qual os autores Ladislau Dowbor, Hazel Henderson, David Korten, Ignacy Sach defendem, economistas políticos que ao analisar o caminho da economia e da política mundialmente, formou opiniões de ações possíveis para efetivar mudança para a qualidade de vida sustentável para várias gerações ao longo do tempo, com a união do Estado, Mercado e Sociedade Civil.
As propostas desta abordagem abrangem o desenvolvimento local e movimento de desenvolvimento global, baseado em um progresso sustentável que garante as gerações futuras, tendo como tópico importante o respeito ao meio ambiente e sua exploração de recursos naturais consciente, com a implantação da biotecnologia.
Aqui, o Estado tem um papel mais específico e importante, tendo os seguintes paradigmas a serem apontados por Ignacy Sachs:1. capacidade de articular objetivos sociais viabilizando a economia e meio ambiente; 2. articular espaço de desenvolvimento local, regional, nacional e transnacional; 3. articular parcerias entre Estado, empresa, sociedade civil organizada; 4. promover regulação dos mercados; 5. assegurar inovações tecnológicas e, 6. o mais importante, planejar estratégias flexíveis e negociações com os atores atuantes.
A quarta abordagem é o Desenvolvimento Social Local, desenvolvida por Augusto Franco, a metodologia DLIS consiste em primeiro avaliar de forma participativa os problemas da comunidade e sua potencialidade, após traçar um plano de desenvolvimento; se começa com ações prioritárias e definição de parceiros; após há a escolha de líderes locais que participam de capacitação para serem empreendedoress locais em suas gestões.
O Desenvolvimento local apresenta uma estrutura organizacional horizontal, diferente da estrutura defendida na abordagem americana, como o próprio Augusto de Franco, em sua obra O lugar ma desenvolvido do mundo, ano 2004, defendendo a descentralização das decisões.
No ano de 2002, o IBGE, com parceria do IPEA e da ABONG, realizou uma pesquisa de indicativo da atuação do Terceiro Setor no Brasi, cocluído que:
Tem a existência de 250 mil Ongs, sendo 2/3 surgidas após anos 90:
44% presentes na região Sudeste.
23% presentes na região Sul.
77% são Ongs de pequeno porte, com poucos recursos e profissionalização e muito trabalho voluntário.
23% são Ongs de assistencialismo, cultura e educação e, com 26% dos empregados.
8% atuam na área de educação e saúde, empregando 40% das pessoas.
O Terceiro Setor sem dúvida nenhuma, é realmente o caminho para a transformação da sociedade, impulsionando o ser humano a participar mais diretamente no coletivo e mudando os seus valores atuais, provocando mudança política atual mundial, em prol de gerações futuras ecologicamente sustentáveis, independentemente das formas de procedimento.
No ano atual, 2011, as ONGs ainda estão presentes, atuando em seus propósitos, todavia, nos últimos anos, apenas o lado negativo, de pessoas com intenções adversas, principalmente, políticos tentando desviar recursos, que viraram notícias no país. Isso gerou para uma parte da população, uma falta de credibilidade nos trabalhos sérios das ONGs idôneas.
Contudo, vale a pena acreditar e “colocar a mão na massa” para que haja uma mudança real e, isso parte de nós mesmos, cidadãos com vontade de ver um resultado diferente das políticas fracassadas e que se repetem. Ideológico ou altruísta para os pessimistas, o Terceiro Setor, para que age é uma possibilidade de mudança e não acomodação. Vamos em frente.
O crescimento deste movimento setorial ocorreu em meio de um mundo globalizado, altamente tecnológico, falte de preservação adequada do meio ambiente e sua exploração, tendo como grande conseqüência índices altíssimos de pobreza.
Isto se deve a evolução que a sociedade e a democracia desde o século XV, que,em torno de 10 anos últimos, colocou os cidadãos como grandes atores da sociedade e verdadeiro “mártires”, pessoas que enfrentam a realidade cruel com propostas ousadas alternativas, para modificar o que está e plantar nova forma de pensar, focando no trabalho coletivo.
Consequentemente, esta consciência coletiva irá gerar uma sociedade mais humanitária, justa e confiável para gerações futuras, mesmo que em tese, é considerada uma utopia para muitos.
Como não citar Toqueville,em sua obra A Democracia na América que testemunhou a formação de associações entre pessoas, nos Estados Unidos, com o fim de ajudar-se mutuamente pra a resolução de seus problemas, sem esperar intervenção do Estado e deixar a economia caminhar livremente, não concordando com a economia igualitária.
Também Putnam, em sua pesquisa na Itália que constatou duas realidades, o Norte e o Sul italiano, no qual o primeiro demonstrou ser mais unido e sentimentalmente mais solidário entre eles, com o progresso na economia e qualidade de vida, enquanto, no Sul, que foi rico, passa até hoje por dificuldades, por serem clientelistas, acomodados e menos solidários.
Segundo o Relatório Anual do Centro de Justiça Global, em 2003, constatou o triste quadro de pobreza no mundo, no qual demonstra quantas pessoas vivem com menos de US$ 2,00 por dia:
Pais %
Equador - 49,3
Paraguai - 49,3
Venezuela- 47,0
El Salvador- 44,5
Peru- 41,4
México- 37, 7
Colômbia- 36,0
Guatemala- 33,8
Brasil- 26,5
Costa Rica- 26,0
Chile- 8,7
Uruguai- 6,6
Juntar todas as visões e formas de atuações em um só setor pode ser muito positivo e produtivo, pois com propostas apresentadas por cada visão e, experimentadas, pode-se vislumbrar o que dá certo, onde dá certo e em quais condições externas possibilitou o resultado positivo. ( fazer um parâmetro com uma construção).
A integração de atuações será bem-vinda para que as Ongs trabalhem com excelência a sua missão e em consonância com suas diversidades, consigam atingir o desenvolvimento social justo e qualidade de vida a todos, como oportunidade de redução social-financeira-cultural.
A primeira abordagem é a mais predominante na maioria dos países, como também no Brasil, abordagem norte-americana que tem como maior pesquisador e defensor Lester Salamon; ele acredita em associações de pessoas com valores altruístas, sensibilizadas com os necessitados, todavia, prega ter novas formas de associações sem alterar as estruturas tradicionais da vida comunitária. Ou seja, o capitalismo e a organização societária não devem ser alterados; no Brasil, acaba reforçando o Terceiro Setor como assistencialista e clientelista.
Os Estados Unidos não aceita a participação de Ongs no campo político, apenas tolera entidades que expõem em público problemas ignorados que devem ser cuidados, como forma de “manter a democracia viva e brilhante” ( Salamon, Programa Roda Viva); já os países nórdicos, Suécia estão envolvidos com entidades ativas politicamente em movimentos sociais.
Porém, a falta de politização dos movimentos sociais acaba não questionando a política atual e, diminuindo a responsabilidade do Estado com aceitação da “minha culpa” por ser pobre. Mas, esta abordagem tem como característica defensora com inclinações marxistas que sempre apoiaram o papel central do Estado, sem ver que a sociedade tornou-se complexa e de difíceis soluções simplistas. ( Silvio Caccia Bava)
Na sua linha de pensamento, a transformação social só ocorrerá com a politização de movimentos coletivos pressionando o Estado a cumprir o seu papel.E, não há nenhuma outra forma de pressão social ou solução eficaz.
A terceira abordagem é integradora, a qual os autores Ladislau Dowbor, Hazel Henderson, David Korten, Ignacy Sach defendem, economistas políticos que ao analisar o caminho da economia e da política mundialmente, formou opiniões de ações possíveis para efetivar mudança para a qualidade de vida sustentável para várias gerações ao longo do tempo, com a união do Estado, Mercado e Sociedade Civil.
As propostas desta abordagem abrangem o desenvolvimento local e movimento de desenvolvimento global, baseado em um progresso sustentável que garante as gerações futuras, tendo como tópico importante o respeito ao meio ambiente e sua exploração de recursos naturais consciente, com a implantação da biotecnologia.
Aqui, o Estado tem um papel mais específico e importante, tendo os seguintes paradigmas a serem apontados por Ignacy Sachs:1. capacidade de articular objetivos sociais viabilizando a economia e meio ambiente; 2. articular espaço de desenvolvimento local, regional, nacional e transnacional; 3. articular parcerias entre Estado, empresa, sociedade civil organizada; 4. promover regulação dos mercados; 5. assegurar inovações tecnológicas e, 6. o mais importante, planejar estratégias flexíveis e negociações com os atores atuantes.
A quarta abordagem é o Desenvolvimento Social Local, desenvolvida por Augusto Franco, a metodologia DLIS consiste em primeiro avaliar de forma participativa os problemas da comunidade e sua potencialidade, após traçar um plano de desenvolvimento; se começa com ações prioritárias e definição de parceiros; após há a escolha de líderes locais que participam de capacitação para serem empreendedoress locais em suas gestões.
O Desenvolvimento local apresenta uma estrutura organizacional horizontal, diferente da estrutura defendida na abordagem americana, como o próprio Augusto de Franco, em sua obra O lugar ma desenvolvido do mundo, ano 2004, defendendo a descentralização das decisões.
No ano de 2002, o IBGE, com parceria do IPEA e da ABONG, realizou uma pesquisa de indicativo da atuação do Terceiro Setor no Brasi, cocluído que:
Tem a existência de 250 mil Ongs, sendo 2/3 surgidas após anos 90:
44% presentes na região Sudeste.
23% presentes na região Sul.
77% são Ongs de pequeno porte, com poucos recursos e profissionalização e muito trabalho voluntário.
23% são Ongs de assistencialismo, cultura e educação e, com 26% dos empregados.
8% atuam na área de educação e saúde, empregando 40% das pessoas.
O Terceiro Setor sem dúvida nenhuma, é realmente o caminho para a transformação da sociedade, impulsionando o ser humano a participar mais diretamente no coletivo e mudando os seus valores atuais, provocando mudança política atual mundial, em prol de gerações futuras ecologicamente sustentáveis, independentemente das formas de procedimento.
No ano atual, 2011, as ONGs ainda estão presentes, atuando em seus propósitos, todavia, nos últimos anos, apenas o lado negativo, de pessoas com intenções adversas, principalmente, políticos tentando desviar recursos, que viraram notícias no país. Isso gerou para uma parte da população, uma falta de credibilidade nos trabalhos sérios das ONGs idôneas.
Contudo, vale a pena acreditar e “colocar a mão na massa” para que haja uma mudança real e, isso parte de nós mesmos, cidadãos com vontade de ver um resultado diferente das políticas fracassadas e que se repetem. Ideológico ou altruísta para os pessimistas, o Terceiro Setor, para que age é uma possibilidade de mudança e não acomodação. Vamos em frente.
Texto de Monica Rizzo Lopes.
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