Dá para viver sem dinheiro?

Sim, eu estou falando sério. Aliás, eu estou é te questionando.Você conseguiria viver sem dinheiro? Ou quase sem?
A Alemanha está sendo percussora nesse movimento de viver sustentavelmente, com a solidariedade das pessoas, sem precisar  pegar em dinheiro. Ou, quase sem ele.
Para alguns resistentes a idéia, isso seria voltar ao tempo do escambo, aos campos plantando a sua própria comida, serviços em troca de serviços, viver simplesmente. Todavia, a dependência entre pessoas estaria no desafio de confiar na palavra do outro. Para alguns amigos, isso é o futuro.
O meu atual namorado acredita que daqui um futuro em médio prazo, não terá mais trabalho para os humanos e, as máquinas farão as vezes.
Os empregos estão em crise e, os tipos de trabalhos estão em evolução. Alguns, ou são executados pelas próprias pessoas, ou usam máquinas para auxiliá-los.
Nos Estados Unidos, por exemplo, empregada doméstica é para poucos; diaristas também; em muitos Estados, não há trabalhador em postos de combustíveis.
Todos já sabem que monges vivem sem dinheiro, os sadhus, na Índia, em seu alto grau de evolução espiritual, largam o mundo material para viver plenamente, com a bondade alheia.
Mas, esse movimento que está aparecendo é diferente. A pessoa não abandona o seu cotidiano por completo para ficar rezando, mas, opta em não ter posses, além de suas roupas ou bens úteis como utensílios de cozinha, e, não tocar em dinheiro, ter conta bancária. Ser antissistema. Isso é audacioso.
Há várias experiências que a rede social relata sobre essas pessoas que até estão dando palestras.
Alguns vivem com redução de limite mensal, como exemplo Juan Manuel Sánchez  limitou o seu gasto em quatrocentos euros, acreditando que é o suficiente para ele viver e, largou o emprego que odiava.
Outros, fizeram a experiência por tempo certo para vivenciar a sua capacidade de adaptação. Já outras pessoas, se prepararam e vivem há anos felizes por não tocarem em dinheiro.
Carolien Hoogland passou a experiência de viver sem dinheiro por um ano, porém, contou com ajuda dos amigos, que pagaram luz, água e alimentos. Uma amiga com um restaurante orgânico dava algumas refeições e, trabalhou em projetos no seu trabalho em troca de plano de saúde para o seu filho.
Carolien em uma palestra até pensou em desistir, até mesmo por se sentir um pouco culpada por depender de amigos para as necessidades básicas e, após um ano, se sentiu estranha em gastar o seu pouco dinheiro que dará ao amigo guardar. O respiro foi uma vez que seu amigo dera dinheiro para comprar um sorvete para o seu filho.
Raphael Fellmer e sua família, alemães, cuidam de um jardim de casa para ter moradia,vão buscar alimentos de supermercados que são jogados fora, só pagam conta de água e luz. E, quando realmente é necessário usar o dinheiro. Eles vivem essa vida há três anos.
Heidimarie Schwermer,lituana que vive há 14 anos sem dinheiro na Alemanha, é a mais famosa na mídia eletrônica. Ela faz trabalho nas casas dos outros, lojas, e, ganha em alimentos ou estadia. Para a surpresa, muitos a convidam para desfrutar de sua companhia e dá palestras na escola.
Mark Boyle tem até um livro que conta como mudou a sua vida para ser sustentável sem dinheiro. Antes de tudo, ao pensar na idéia e no projeto, planejou detalhadamente os seus gastos e, as possibilidades de ter as mesmas coisas sem precisar comprar ou pagar. Segundo Mark Boyle, as pessoas vivem em trabalhos de odeiam apenas para ganhar dinheiro e se recompensarem  pagando férias em resorts, carros caros e almoços finos; palavras dele.
É certo que ser escravo de dinheiro não é legal, o melhor caminho; aliás, o dinheiro surgiu na facilidade de se negociar entre povos distantes. O escambo funciona muito bem entre os próximos, e, já há lugares com essa proposta de vida.
A lituana apresentou uma proposta muito mais interessante em questão de revolução; viver sob a boa vontade alheia, ajudando da forma que lhe é permitida. Acredito que um professor de inglês poderia sobreviver muito bem dessa forma em outros países de língua não inglesa.
Já é fato de que a Europa se reinventa e se une em tempo de crises financeiras ou guerra. A Itália, na parte norte se uniu uma vez entre os seus e, após anos, vê-se que houve um progresso maior que a parte sul do país.
A proposta de viver com menos, simplificando a vida pode ser mais viável e, menos radical; há já um movimento assim nos Estados Unidos há algum tempo e, na Europa. Eu diria que é viver como “classe média baixa”; casa confortável não luxuosa, um bom carro usado ou sem carro, redução de consumo supérfluo e, troca de trabalho por algo que goste, ganhando menos.
Em um primeiro momento, poder viver sem dinheiro pode ser até fascinante. Mas, se pensar nos detalhes da vida, apresenta-se um projeto complexo que demanda muita coragem. Principalmente, se pensarmos na questão saúde. Como se tratar de doenças graves? Em muitos países a saúde não tem tratamento gratuito universal.
E as viagens? Na Europa até parece mais fácil, mas, na América do Sul e outros países a distância é considerável. Quem será generoso contigo a ponto de te pagar uma viagem?
Não vá longe, Carolien pediu ao amigo dinheiro para comprar um sorvete para o filho; tudo bem viver de alimentação que mercado joga fora ou que amigos pagam, mas, uma hora vai ter vontade de algo.
O desapego é um exercício importante na vida para evoluir e não sofrer, todavia, desapegar-se de qualquer tipo de sonho e vontade, por simples que seja, também é fazer com que as pessoas imponha tudo em sua vida.
Os próprios mendigos não conseguem ficar completamente sem dinheiro, como se explica isso?
É um assunto fascinante! Sem dúvida! Ele vale muitas reflexões e ponderações; todavia, parabenizo que conseguiu alcançar a meta de uma vida assim, sem ser monge ou sadhu. Pois, quebrar com o sistema atual é de uma ousadia, persistência e coragem por parte do ser humano.
O que você acha? Toparia? Já mudou algo na vida para simplificar?Até!
Texto de Monica Rizzo Lopes







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