Promessas que só fazem brisa
Ontem,
com a lamentável morte do candidato à Presidência do Brasil, Eduardo Campos,
tornou certeza um comportamento do povo brasileiro que estou observando faz um
mês. O brasileiro quer um herói que resolva a sua vida o mais rápido possível
e, não presta atenção no que os candidatos estão falando e o que realmente pode
ser feito.
Não
crescemos politicamente!
Com
relação à morte do candidato, pareceu-me que ele já estava eleito, todos iriam
votar nele, diante de uma pesquisa de votos dizendo o contrário. Isso é muito
confuso!
Com
relação ao que se promete, nada tão diferente de eleições passadas, um ponto é
comum: escola integral para as crianças. Pois bem, partimos desse ponto.
A
escola integral foi assunto de começo de implantação no Governo Mineiro de Aécio
Neves, então candidato também; em um Encontro de Educação ao qual participei, o
quadro era de que levaria praticamente 300 anos para colocar todas as escolas
funcionando nesse sistema, com perfeição, pois, o Estado havia em torno de 300
e poucas escolas públicas.
Para
começar o trabalho, uma escola por ano, o Governo havia feito um acordo com
Ongs para suprir um período da criança; sensato, mas, já começou a perceber a complexidade
do assunto numa frase simplista... “quando eleito as escolas serão em tempo
integral”.
O
Estado de São Paulo, já tentou e, pelo que sei até agora, mostraram duas
escolas modelos e parou aí. Na época, trabalhava em um projeto social cujos
pais estavam reclamando que os filhos passavam a tarde no pátio jogando bola
porque não havia atividades segmentadas por professores, aliás, havia falta de
professores. E, resultou que duraram poucos meses.
Então,
quer trazer o assunto que parece ser aceito por muitos, principalmente para o
pais que não têm onde deixar os filhos após a escola, de forma mais concreta e
realista. E, se pensa-se não ter perigo dentro da escola, pergunte a
professores quem são os alunos traficantes que nunca saem dela; eles sabem e
têm que ficar quietos.
A
escola ensina conhecimentos gerais e específicos mas, os pais que têm que
educar...
Outro
ponto polêmico que se traz a baila é a criminalização e pena para o menor;
agora o partido de situação diz que irá penalizar, mas, antes era contrário;
discurso confuso, antagônico, e, o povo compra.
Outro
ponto polêmico ainda, os impostos; o povo quer a redução e, um candidato de
oposição disse que pode até aumentar; corajoso dizer isso, então, explique
melhor essa idéia, já que realmente, a reforma fiscal será bem complicada e
difícil de ser benevolente ao povo, contudo, poderia se aplicar de fato, os
recursos nas áreas sociais e de serviços públicos, o que não os são.
Outra
coisa que me incomoda é as promessas sentimentais; o candidato de oposição que
passou por uma situação de parto prematuro da esposa, filho ficando no
hospital, prometeu aumentar mais quatro meses a licença maternidade para os
pais que passam por isso. As mães e pessoas que passaram por isso amaram. Mas,
se não tivesse passado por essa situação a teria feito?
Não
ficou bem explicado então qual será o tempo de licença nesses casos, já que o
normal é quatro meses, sendo opcional que nas empresas adotem seis meses.
Então, seriam oito meses ou nove meses? E as empresas com os seus encargos com
esta gestante?
Há
quarenta anos, era muito complicado dar à mulher casada ter trabalho pelo fato que
poderia engravidar e, isso gera mais encargo para a empresa. Hoje mesmo, sei de
pessoas com filhos pequenos que foram mandadas embora do trabalho em razão por
faltar demais por motivos de doença, levar em médico, não ter com quem deixar
após um dia de escola sem aula, etc. Então, isso também não pode complicar um
pouco?
Os
problemas são antigos, as promessas também. O mesmo discurso anos e anos
parece-me resposta de Miss em dia de Concurso. Será realmente que há alguém
comprometido? E não é pessimismo, pois, o pior, é ver o povo acreditando em
herói ou com coração, sendo que muitas vezes já xingou esse político pelas más
ações que já viu. E, o povo gosta de se iludir!
Isso
é o mais triste, o povo não tá raciocinando, tá passando a bola para alguém e
se iludindo mais uma vez. A política brasileira não progrediu.
Texto
de Monica Rizzo Lopes
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