Crônica - A Devota da sétima arte

Para viver dependo da benevolência dos outros, onde possam me conceder um teto por alguns dias. Vivo pelo mundo afora em filmagens de curtas metragens ou festivais da sétima arte. Minha vida, meu trabalho, minha filosofia de vida é disso que minha vida é feita, paixão que me move a cada dia. Sei que pareço solitária e algumas vezes sou mesmo, mas a vida sem rumo me concede boas histórias, apesar de não gostar de falar muito.
Pronto! Minha mochila gigante está pronta para novo destino, mais um estranho que irá me pegar no aeroporto e me oferecer um quarto e banheiro para ser minha casa por uma semana.
Já fiz o check list, roupa intima e pijama, duas calças, três camisetas, duas blusas boas, dois vestidos para festival, um salto ato, um chinelo, dois casacos, e, um tênis. Além do meu notebook, telefone e uma filmadora portátil, lógico que carrego comigo para onde eu for minha primeira “câmera de filmar”, assim dizia meu avó, que por sinal foi o próprio que me deu. Foi com ela que aprendi tudo que sei e lógico que acrescentei com cursos, mais minha “sempre fiel” estava comigo, e esse foi o nome que dei a ela. E é isso tudo que possuo.
Às vezes fico pensando ainda existem pessoas que não tem medo de hospedar estranhos. Que tipos de pessoas são essas? Seja por indicação de algum amigo ou mesmo porque me conheceu em algum Festival por ai, e mesmo assim acabam abrindo as portas de seu lar para mim. E mostram que confia em mim.
Eu não me acho perigosa, porém devo ser julgada de no mínimo de estranha por ter essa vida. Mas isso acontece com todo mundo que pensa fora do convencional, que não é mais uma marionete nas mãos dos outros. Algumas pessoas acham charmosa, outros impensável.
Mas dessa vez vai ser diferente, já conheço o ser benevolente, um amigo de um conhecido meu, me acolhe pela segunda vez, talvez ele não me ache tão estranha ou faz parte do mesmo planeta que eu. A casa é boa, limpa e quieta. O dono é super “cuca fresca”, com dois quartos alugados para amigos e uma namorada brasileira dentro de casa uma vez por ano, para passar alguns meses e matarem as saudades.
Então, sou assim, de semana em semana ou mês em mês em cada canto estou.  Vivo o presente, porque o futuro a Deus pertence  e dentro de mim essa paixão que me move por lugares que as vezes nem eu sei aonde, mas eu vou.

Texto de Monica Rizzo Lopes e Cristina Billi Garcez Ninha



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