Em que momento a agressividade se externa?
Eu tenho observado que o ser
humano está cada vez mais agressivo, seja reagindo em situações de defesa
pessoal até em situações sem explicações com pessoas estranhas que não lhe
causaram motivo.
Há tempos venho observando e
refletindo sobre o comportamento humano. Assisti recentemente fatos violentos em
minha cidade considerados “de graça” e, isso tem causado pânico em sair de
casa, seja para se divertir ou trabalhar.
Há duas semanas, um rapaz
empurrou uma moça na linha do metrô que acabou amputando um braço; a explicação
do rapaz foi “ se vingar da sociedade”.
Outro dia, um menor de idade
assaltou um casal que entregou o carro e, quando saíram andando, o menor deu um
tiro no homem que acabou morrendo. Não tem explicação, só estava com raiva.
Se retornarmos à idade das
pedras, onde homens eram predadores, a violência era diária, mas com outra conotação, apesar, de ser verdade ou
não, puxarem as mulheres pelos cabelos.Porém, a questão da sobrevivência, o
fazia ser brutal, pois poderia ser a caça um dia e, caçador no outro.
Mas e agora? Na evolução da
história, o homem se fixou, começou a plantar para comer, cria animais para ter
carne, outros já descartaram ela da alimentação e, mesmo com tanto sinais de
civilização, a agressividade é um problema constante.
Em pesquisa sobre definições,
a OMC disse “considera-se violência como o uso força
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um
grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em
lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação
(OMS, 2002).”
Já, sob o aspecto
psicológico, em um texto de mesma abordagem, a autora F. Ana Tolda Pinto,
afirma: “Nos seres humanos, a sua manifestação e expressão são dependentes de
factores relacionados com o contexto, com a aprendizagem e com as experiências
pessoais. O processo de socialização decorre no contexto de grupo, de
interacções sociais.”
Se após tomar conhecimento
dessas análises intelectuais, conclui-se que a agressividade é uma doença
cultural, com poucas exceções como características genéticas, ou melhor desvio de caráter.
O que faz algum sentido se
prestar a atenção da forma que os Governos, a sua grande parte, faz para se
manter no Poder, sempre com a política violenta, logo, agressiva. Todo discurso
de paz sob meios violentos, serve para ludibriar a sociedade. Uma desses atos violentos
é chamada de punição, que em geral é a perda da liberdade.
De certa forma, a punição
deve fazer parte do sistema político para coibição de comportamentos adversos
que ferem a paz, equilíbrio coletivo, porém, nas demonstrações de alguns
séculos, ela é apenas usada para punir quem não concorda com o governante de “plantão”.
Isso é lamentável.
Hoje, Ucrânia, Venezuela, e
alguns outros países, têm sido palcos de constantes violências. Sem contar, as
praticadas por civis insatisfeitos com suas vidas.
Em uma reportagem feita no
maior complexo penitenciário de Miami, no Estado da Flórida, Estados Unidos, fiquei
realmente perplexa e sem raciocínio
lógico por algum tempo ao ouvir um interno, que acabara de bater em outro
interno por causa de uma comida, ferindo-lhe no olho dizer: “aqui eu me
defendi; é a lei do mais forte”. E, ao ser indagado, antes de ser preso, o que
ele fazia, o mesmo disse:”trabalhava e estudava como outra pessoa qualquer.”
Bom, a lei da sobrevivência
da cadeia não é novidade para ninguém, mas, em que parte do cérebro e, em que
instante, pode-se dizer que a atitude deve ser violenta ou pacífica? A teoria
do meio cabe muito bem na prisão, mas, fora dela, ele quis demonstrar que era
uma pessoa comum, no ideal que a sociedade busca sempre ter. Logo, se cometeu
crime, qual é a razão disso? Índole? Falta de caráter?
Outra vez o duelo de
teorias. Esta pessoa que vos fala acredita ainda, que a agressividade vem no
nosso DNA, que é controlada pela educação do meio que se vive e, se for
atrelada, as exceções de genética de ausência de caráter, terá a exteriorização
nas atitudes dentro da sociedade.
Agora, qual é o antídoto
para isso? Ou o melhor controle externo para essas pessoas? Isso ainda fica no
ar.
Para você, já pensou sobre a
agressividade que vemos todos os dias? Qual a sua opinião? Até breve!
Texto de Monica Rizzo Lopes
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