Prato do dia- A E I O U


Ler e escrever é uma grande habilidade do homem, seja da forma convencional ou em braile. A comunicação escrita é a maior ferramenta para  abrir nossas possibilidades, portas profissionais, idéias, pensamentos, e todo o complexo que o ser humano é.

Aprender a ler e escrever, mais além, pensar é papel atribuído à escola e ao professor. Desde criança aprende-se que há três figuras importantes na vida, o pai, a mãe e a professora, ainda mais a que ensinou as primeiras letras e números. Particularmente, nunca me esqueço da minha querida, a Tia Isa.

Para saber o básico da formação acadêmica, o que está em xeque é a qualidade da educação e, no Brasil, nunca foi um exemplo de modelo ideal. Mesmo porque o Brasil foi uma colônia de Portugal, logo, sem interesse de se tornar um local de desenvolvimento da civilização portuguesa. Apenas aconteceu parte de uma época de extensão de Portugal, em razão de ter se tornado um exílio do Dom Pedro. E, lógico, retirou muita madeira, ouro, animais exóticos do país.

Ainda falando de Brasil, historicamente, A educação formal no Brasil começou em 1550 por concessão da Coroa portuguesa, sendo os primeiros educadores, os jesuítas. Em 1789, a  Colônia expulsa os jesuítas e, se responsabiliza pela contratação de professores, já desvalorizados, com o recebimento de um mísero salário anual.

 Mas, não pensem que a escola era para todos, não! Ela era elitista, na Primeira República, entre 1889 a 1930, havia poucos professores e, as pessoas que exerciam essa função eram profissionais liberais e funcionários públicos, como segunda carreira.

As mulheres que estavam ingressando no mercado de trabalho assumiam como professora, estudo o famoso Magistério, desta forma era vista, de alguma forma, uma profissão aceitável para uma mulher, já que ela cuidava de filhos, cuidar de crianças era bem visto.

Com a industrialização, a escola tornou mais ampla para os trabalhadores, pois, a necessidade de serem alfabetizados para entenderem minimamente o trabalho urbano era necessária, mas, não houve a intenção de uma qualidade de ensino, desde essa época.

Continuando um pouco da história educacional do Brasil, a faculdade para formar professores surgiu em 1934, logo, ela tem uma história nova, nem 100 anos de tradição, mas, o que é interessante é que a formação dos professores incluía Filosofia, Ciências e Letras. Assim, forma-se uma classe pensante se analisar a intenção de educação mínima para a população.

Com o tempo, o aumento de estudante, o horário escolar ficou menor para atender a demanda de novos alunos, e, a turma começou a ser lotada; será que a educação tinha qualidade? Nem que os professores quisessem, pois, o problema ainda é atual.

 

Em 1940, houve uma mudança governamental que delegou aos Estados e Municípios, a educação entre as faixas etárias de 0 a 17 anos. O Município sempre teve a educação básica e, o Estado a partir dos 6 anos de idade.

Atualmente, um professor no Brasil, ganha em média US$ 783 dólares. Isso em Estado mais desenvolvido imagine em Estados menos desenvolvidos. Nunca foi valorizado, logo, parece que a reclamação por melhores condições de trabalho é uma luta antiga. Com a tecnologia, para algumas escolas melhoraram, mas, para outras, fica muito mais fácil colocar uma televisão e um telecurso no vídeo que pagar um professor, em lugares longínquos. Porém, se tiverem dúvida, dificuldade, quem explica?

Hoje, o plano educacional do Brasil prevê crianças obrigatoriamente na escola aos 4 anos de idade, alfabetizados aos 8 anos e, a partir de 2016, crianças obrigatoriamente em creches. Isso pressupõe que o Estado quer abarcar, como era na União Soviética, a responsabilização da formação do brasileiro desde o seu nascimento. Francamente, acho ambicioso esse plano, além de não ser democrático. Pois, os primeiros 10 anos de vida, o contato com a família é de suma importância para educar e, a escola vem para ensinar habilidades técnicas básicas para ler, escrever e racionar. Isso pode ser perigoso em mãos ambiciosas por poder.

Pessoalmente, a principal alfabetização foi de boa qualidade por ter professores que amavam o que faziam e, mesmo em plena ditadura, a matéria de Educação Moral e Cívica me ensinou muito sobre cidadania e, como viver em sociedade.

O desafio está batendo na porta, vamos encará-lo e fazer o melhor possível. Espero que algum dia os professore recebam o respeito e a dignidade que merecem.

Fonte: jornal Le Monde do mês de março.

Texto de Monica Rizzo Lopes.

 

 

 

 

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