ATÉ ONDE A MISÉRIA DESTRÓI O HOMEM?
A extensa obra de Victor
Hugo em cinco volumes de “Les Misérables”, que relata a miséria do século XIX
na França, é uma prova de que a miséria sempre esteve presente na história do
homem em séculos, seja A.C ou D.C.
Até alguns anos atrás, a
miséria foi sinônimo de pobreza, mas, com o tempo, ela tomou significância em
razão da discrepância de diferença social entre os homens, se dividindo entre
ricos, pobres e miseráveis. A classe média é algo que ainda procura resistir e,
ainda continua a pagar boa parte dos tributos sociais em seu país.
O dicionário define miséria
como: “Situação extrema de pobreza, pode ser usada também
como xingação a alguém que se odeia”.
Logo, há
também o sentido pejorativo de se tratar alguém ou algo, como exemplo, dizer
que recebemos uma miséria pelo trabalho. Mas, será que realmente acabaremos com
a miséria?
Ela é
lema de combate de diversos Governos, e, em toda eleição esse assunto vem a “baila”.
O correto é mesmo pensar em diminuí-la ao máximo, porque os livros de História
nunca apontaram um período em que ela não fizesse parte. Triste mas fato!
Pessoalmente,
eu desdobro o sentido de miséria não só pela falta de dinheiro, mas, também
pela falta de conteúdo moral do próprio homem. É a miséria que faz o homem
partir para a marginalidade, ser mesquinho, ter problemas de saúde, prejudicar
o meio ambiente; tudo por não ter uma vida, no mínimo, digna com suas
necessidades pessoais preenchidas.
Em
trabalho com assessoria para Ongs, eu atendi uma organização de moradores de
rua que tinha um projeto ótimo de combate a drogas e álcool entre os moradores,
porém, ao indagar se eles gostariam de viveres sob um teto seguro, com trabalho
registrado, muitos não se interessam e, para querer isso, cada chave de mudança
de vida, é de cunho pessoal. Ou seja, prometer algo em comum para todos, “ não
reluz os olhos” deles.
Hoje mais
do que nunca, ter água potável, lugar limpo, lixo tratado e armazenado de forma
correta, higiene pessoal diária, alimentos não contaminados, alimentação
garantida, forma de trabalho para ganho e sobrevivência, independente de viver
em locais luxuosos ou populares, são aspectos que melhorariam muito as
condições de vida e, diminuiriam a miséria do homem.
Quanto à
miséria da alma ou moral do homem, só realmente a educação com bom conteúdo
cultural e, fé independente de religião optar, até mesmo como uma visão
humanista, ajudaria a acabar com os homens miseráveis que propagam mais miséria
e morte pelo mundo.
Eu sei
que é um tema árduo que pode gerar muito mais reflexão, mas, é um começo de nos
importarmos solidariamente com o problema que aflige a humanidade. A bandeira
Liberdade, Fraternidade e Igualdade, na minha opinião, não se equilibram,
porque lutamos por menos desigualdade, e, a liberdade plena nos impede de
termos igualdade absoluta.
Um
morador de rua me disse que não troca a sua liberdade plena por regra alguma da
sociedade. E, assim termino a minha reflexão com “uma pulga a mais na orelha”
para pensarmos. Até!
Texto de
Monica Rizzo Lopes
Fontes:
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