Os meus, os seus , os nossos e os agregados
A música dos Titãs está um pouco desatualizada com relação às formações familiares atuais. “família, família, papai, mamãe, titia...janta junto todo dia, nunca perde essa mania...”, será que é assim em todas as casas?
Até a década de 70, poderíamos afirmar que o núcleo da sociedade era constituído de pai, mãe, irmãos, avós, tios, cachorro, papagaio, etc; sempre juntos, macarronada de domingo, férias na casa de praia de um parente, horários restritos, vigilância para a proteção da boa moral.
Mas, hoje, família pode ser uniparental, formada só por pai, ou mãe, ou avó, como pode ser multiparental, mãe, namorado da mãe, pai, namorada do pai, meios-irmãos, tios de coração, triplos avós, e outras confusões da arvore genealógica que a criança precisa decifrar.
Ainda, os pais homosexuais, dois pais, duas mães, ou, namorado do pai, namorada da mãe, caso se separem. Imaginem, agora, a escola e a sociedade em geral, se organizarem com toda essa multicaracterísticas?
As comemorações de Dia dos Pais e Dia das Mães precisam mudar de nome. Além, de terem que lidar como novas regras democráticas e morais para que não haja bulling, preconceitos, violência ou outro tipo de desordem.Ainda mais a Lei! As Varas das Famílias e Sucessões enlouquecem junto com os advogados, para se adequarem na mais perfeita ordem e equilíbrio.
A linha de raciocínio não tem nada contra isso, mesmo porque é a evolução que a sociedade escolheu e está se apropriando, para a construção de uma nova civilização. O problema está na geração de filhos sem pensar, feitos por ignorância, na maior parte do tempo e, os pais não conseguem escolher a seu tempo de vida, cuidar do filho ou tratar da sua vida pessoal.
Quantas vezes eu já ouvi mulheres dizerem com a maior naturalidade que, é normal deixar o seu filho pequeno com alguém para “curtir” um forró, já que o seu companheiro pode ir beber e chegar no outro dia em casa. Isso é lamentável. Pois, família é muito mais formá-la, mas, sim educá-la, cuidá-la com amor, valores éticos e morais, em harmonia. Agora, imaginem a harmonia desse lar?
Antes, os homossexuais lutavam pelo direito de respeito, passando após pela luta do reconhecimento de casamento, depois, pelo direito de adoção e, agora, pelo direito de reconhecimento de dois pais na certidão de uma criança oriunda de inseminação artificial com sêmen de um deles, ou óvulo de uma delas. Eu já vi, uma decisão de sentença sobre o direito de divórcio.
Às vezes, me vejo mais envelhecida mesmo com o passar dos anos, não por não compreender a evolução, mas, com a rapidez dos processos de transformação que não consigo acompanhar.
O que realmente espero é que sejam formadas famílias mais conscientes de seus papéis, mais responsáveis, e, com alguma coisa de bom para passar para os seus filhos, esses vindos ao mundo por amor! Eu agradeço sempre a família que nasci, e a qual sempre foi o meu centro de equilíbrio, não perfeita, mas, sempre amorosa.
Texto de Monica Rizzo Lopes
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